No entendimento da polícia local, os três parentes foram mortos pelo ex-companheiro de Adriana, o italiano Christian Daga, de 33 anos, também encontrado morto no mesmo ambiente após cometer suicídio. A família dos paraenses mora em Marituba e está não só em choque com a notícia, mas também revoltada com a Justiça daquele país, já que Christian havia sido denunciado e preso várias vezes nos últimos três anos por fazer ameaças a Adriana. 'Sabiam que Christian era um psicopata e ninguém fez nada', lamentou a mãe de Adriana e Eliane e avó de Sávio, Terezinha Barros, de 56 anos.
'Ligaram para nós do Ministério contando o que havia acontecido e disseram que o custo do traslado de cada corpo custa mais ou menos R$ 26 mil, e que nós é que tínhamos que pagar por isso. Não temos o dinheiro nem para fazer o enterro', revelou Terezinha, que é professora aposentada. Na próxima semana, a família de Adriana, Eliane e Sávio vai procurar o governo do Estado e a Câmara de Marituba para pedir ajuda e é provável que até terça-feira algum familiar se desloque até o país para tratar de buscar os pertences de todas as vítimas.
'O Christian não aceitava de jeito nenhum o fim da relação'
Adriana morava na Holanda havia nove anos e saiu do Brasil em busca de trabalho e melhores condições de vida. Sávio, ainda muito pequeno, ficou com o pai, que é paraense e também mora em Marituba, por ser muito pequeno. 'Ela chegou lá e logo conheceu o Christian. Não demorou e eles começaram a morar junto. Quando Sávio tinha uns três anos de idade, ela veio buscá-lo para morar com eles. A relação entre ela e o Christian terminou há uns três anos porque ele era muito agressivo, temperamental. Ela nunca me disse, acho que para não me magoar, mas o que a gente sabe é que ele batia nela', relatou a mãe, Terezinha Barros.
Separada, Adriana ganhou da prefeitura da cidade um lugar para morar e uma pensão para sustentar a si e o filho, que já eram naturalizados holandeses à época. 'Ela morava em um prédio onde só moram pessoas nessa situação, que se separam e não têm onde morar. Ela estava muito bem e não tinha planos de voltar porque a educação do menino tinha sido iniciada lá, não era vantagem voltar. Ela também estava estudando e dizia que estava para terminar a faculdade, mas eu não sei que faculdade ela fazia. Todo ano, em julho, ela vinha para cá com o Sávio e dizia sempre que tudo estava muito bem. Mas não negava que tinha um grande problema: ele, o Christian, que não aceitava de jeito nenhum o fim da relação', disse Terezinha.
De acordo com os familiares, era comum Adriana mandar, de tempo em tempo, passagens aéreas para que seus irmãos fossem visitá-la - e por isso Eliane, a quem Terezinha chama carinhosamente de 'princesa', estava lá pela segunda vez. 'Há três meses ela ligou pedindo para que Eliane viajasse para lá e levasse comidas e outras coisas daqui. Ela foi, ficou com a irmã esse tempo e, há uma semana, ligou dizendo que queria voltar, estudar, ficar aqui mesmo. As duas me ligavam direto, mas essa semana a Adriana ligou bastante e ficava dizendo que estava bem, mas que Christian estava louco, perseguindo ela a todo lugar', lembra a mãe das duas.
Update: Entretanto, foi anunciado que a cidade de Enschede, a viagem será paga. Também um vôo para a mãe de Adriana e Eliana, será organizada de modo que ela possa recolher os pertences pessoais ou re filhas.